terça-feira, 28 de setembro de 2010

E nesta semana...

Veja quais atividades do Núcleo de Formação movimentam o Dragão e equipamentos vizinhos ao longo desta semana (27/09 a 1/10).

Residência Corpo: Abrigo da Cidade
Ministrada por Fauller
Oficina prática de Dança (20 vagas)
Local: SESC SENAC Iracema – 14h às 17h

Transcriações: leitura e escuta – Módulo I – Roteiro
Ministrada por Fred Benevides
Oficina Teórico-prática de Audiovisual (20 vagas)
Local: SESC SENAC Iracema – 14 às 17h

Guias Afetivos
Ministrada por Marcus Vinícius Faustini
Local: Sala Multiuso do Dragão do Mar – 18h30 a 21h30

As oficinas de outubro

O Núcleo de Formação divulga a relação de oficinas confirmadas para outubro. Ainda há a possibilidade de confirmação de outras atividades, portanto, fique atento às atualizações do blog.

Todas as atividades estão com inscrições abertas. Preencha a ficha de inscrição disponível no site do Dragão e a envie para nucleodeformacao@dragaodomar.org.br. As oficinas são gratuitas.

04 a 08/10

Transcriações: leitura e escuta – Módulo II/ Produção e Realização - ministrada por Fred Benevides - Oficina prática de Audiovisual (20 vagas)

Local e horário:
Alpendre, 14h30min às 17h30min
Público-alvo: participantes do Módulo I da Oficina.

A oficina quer pensar possibilidades de realização de filmes a partir de textos literários. Essa realização será pensada extrapolando a narrativa e observando questões de estilo e aproximações com o universo dos autores dos textos. A oficina  os textos da, conceitos de linguagem cinematográfica  e terá como resultado final exercícios em vídeo.

Fred Benevides é Graduado em Comunicação pela Universidade Federal do Ceará, com uma pesquisa sobre montagem no cinema. Formado pela Escola de Audiovisual de Fortaleza, com o trabalho “Nós em Fortaleza”, um itinerário poético pela cidade de Fortaleza através de manipulação ao vivo de imagens e sons captados no Youtube. Ministra cursos de formação em audiovisual, nas áreas de linguagem do cinema e montagem, os mais recentes no Centro Cultural do Bom Jardim e na Escola de Audiovisual da Vila das Artes. Dentre outros trabalhos, dirigiu o vídeo As Corujas, contemplado no VI Edital de Cinema e Vídeo.

Dançando com maiores de 50 –  ministrada por Eliana Lyra Madeira - Oficina prática de Dança (20 vagas)

Local e horário: SESC SENAC Iracema, 15h às 17h
Público-alvo: homens e mulheres maiores de 50 anos

Oficina-Encontro para homens e mulheres maiores de 50 anos, com a intenção de despertar o desejo de se movimentar além dos condicionamentos do cotidiano e além das limitações da idade, gerando autonomia e bem estar. Sair da inércia, da acomodação e do sedentarismo, em regime de cooperação, criação e alegria, semeando arte em dança.

Eliana Lyra Madeira é Graduada em Educacao Física na UFRJ, Pós-Graduada em Danca Elementar, Colonia, Alemanha. É professora de Danca Contemporânea  do Curso Técnico em Dança.

11 a 15/10

Transcriações: leitura e escuta – Módulo III/ Produção e Realização - ministrada por Fred Benevides - Oficina prática de Audiovisual.
(20 vagas)

Local e horário: Alpendre, 14h30min às 17h30min
Público-alvo: participantes dos Módulos I e II da Oficina.

A oficina quer pensar possibilidades de realização de filmes a partir de textos literários. Essa realização será pensada extrapolando a narrativa e observando questões de estilo e aproximações com o universo dos autores dos textos. A oficina  os textos da, conceitos de linguagem cinematográfica  e terá como resultado final exercícios em vídeo.  

Fred Benevides é Graduado em Comunicação pela Universidade Federal do Ceará, com uma pesquisa sobre montagem no cinema. Formado pela Escola de Audiovisual de Fortaleza, com o trabalho “Nós em Fortaleza”, um itinerário poético pela cidade de Fortaleza através de manipulação ao vivo de imagens e sons captados no youtube. Ministra cursos de formação em audiovisual, nas áreas de linguagem do cinema e montagem, os mais recentes no Centro Cultural do Bom Jardim e na Escola de Audiovisual da Vila das Artes. Dentre outros trabalhos, dirigiu o vídeo As Corujas, contemplado no VI Edital de Cinema e Vídeo.

14 e 15/10

O Passo –  ministrada por Lucas Ciavatta/RJ – Oficina prática de Música (20 vagas)

Local: Teatro das Marias (horário a confirmar)
Público-alvo: interessados em geral.

O Passo é um método de Educação Musical criado por Lucas Ciavatta em 1996 e, atualmente, utilizado no Brasil e no Exterior. O Passo surge em resposta ao processo altamente seletivo do acesso à prática musical tanto nos espaços acadêmicos quanto nos espaços populares. Sua maior inspiração veio da riqueza do fazer musical popular brasileiro, principalmente no que diz respeito à relação corpo e música no processo de aquisição do suingue. Baseado num andar específico e orientado por dois princípios (inclusão e autonomia) e quatro eixos (corpo, representação, grupo e cultura), O Passo introduziu no ensino-aprendizagem de ritmo e som novos conceitos, como posição e espaço musical, e novas ferramentas, como o andar que dá nome ao método, notações orais e corporais e a Partitura d'O Passo. O Passo não trabalha visando este ou aquele tipo de realização. Ele trabalha com a construção de uma base, algo que traz inúmeras possibilidades e abre uma porta, não apenas para os ritmos e os sons, mas para a rítmica como um todo e para uma real aproximação com o universo sonoro.

Lucas Ciavatta, músico formado pela UNIRIO e Mestre em Educação pela UFF, é o criador do método de Educação Musical O Passo e diretor do grupo de percussão e canto BLOCO DO PASSO. É professor de Música do Colégio Santo Inácio (RJ), da Escola do Auditório Ibirapuera (SP), do Projeto TIM Música nas Escolas (RJ), do Westminster Choir College (EUA) e do Conservatório Brasileiro de Música (CBM). É também coordenador pedagógico da Escola de Música Maracatu Brasil (RJ). Desde 1996, quando criou O Passo, tem viajado pelo Brasil (Acre, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo) realizando oficinas e cursos para divulgação e ampliação d'O Passo.

18 a 22/10

corpo : som : palavra : imagem – ministrada por Ricardo Aleixo/MG. Oficina teórico-prática de Literatura/Performance (20 vagas)

Local e horário: a definir, 14h às 17h
Público-alvo: interessados em geral

Por meio de explanações teóricas, relatos e exercícios individuais e coletivos, a oficina tem como objetivo propiciar aos participantes a experiência de construção das passagens entre os códigos que compõem o sempre instável “livro-ambiente” que é a performance intermídia.

Ricardo Aleixo, poeta, artista visual e sonoro, compositor, performador, ensaísta, editor e consultor de conteúdo para projetos editoriais em mídia impressa e eletrônica, exposições e mostras. Publicou, entre outros, os livros Trívio, Máquina Zero e Céu inteiro. Tem no prelo a coletânea Modelos vivos, produzida com recursos da Bolsa Petrobras Cultural/2008. Como solista ou integrante da Cia. SeráQuê? e do Combo de Artes Afins Bananeira-ciência, já se apresentou na Argentina, na Alemanha, em Portugal, na França e nos EUA.  Desde julho de 2007 concentra suas atividades de criação e pesquisa no LIRA (Laboratório Interartes Ricardo Aleixo/Liga de Invenção da Resistência Ativa), onde também oferece oficinas, cursos e aulas particulares nas áreas em que atua. É professor de Design Sonoro na universidade Fumec.

20 e 21/10

Artes, Museus e Temas Transversais – ministrada por Núbia Agustinha – Oficina teórica de Artes Visuais (20 vagas)

Local e horário: Capitania de Arte e Cultura, 14h às 17h
Público-alvo: Professores e interessados em geral.

26 a 29/10

Autenticidade, comunidade, povo: a canção popular no Nascimento da Tragédia – ministrada por Henry Burnett/SP – Curso teórico de Filosifia/Música (50 vagas)

Local: Auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Público-alvo: interessados em geral

Ao desenvolver, em seus escritos de juventude, uma teoria da canção popular (Volkslied), cujo núcleo pode ser identificado no capítulo 6 de O nascimento da tragédia, Nietzsche ecoava uma discussão antiga – que remontava pelo menos até os pré-românticos do movimento Tempestade e Ímpeto – a respeito do princípio gerador da arte. A discussão sobre o traço instintivo e o desenvolvimento consciente das criações artísticas foi alvo de grandes debates na Alemanha e na Europa. Neste curso, pretendemos retomar não apenas a discussão em seu momento histórico, focada nas questões estéticas do século XIX e na herança de autores como Hamann e Herder sobre Nietzsche. Tentaremos também deslocar essas clássicas reflexões estéticas para uma discussão acerca da hegemonia da canção popular na história da música do Brasil. Não se trata de uma transposição simples. Nietzsche constantemente tomava exemplos retirados do que chamaríamos ainda hoje, pelo menos no Brasil, de folclore, ou ainda, de cultura popular. Essa permanência de elementos míticos nas referências de Nietzsche é o liame principal por onde podemos discutir conceitualmente esferas culturais hoje tão apartadas como a música tradicional, a música comercial e a música sinfônica e, ao mesmo tempo, rever o legado crítico de autores como Theodor Adorno e Mário de Andrade acerca da música popular.

26 a 30/10

Fotografia na Escola – ministrada por Miguel Chikaoka/PA – Oficina prática de Fotografia. (15 vagas)

Local: Capitania de Arte e Cultura, 9h às 12h
Publico-alvo: professores de escolas públicas.

Reunindo práticas educativas desenvolvidas ao longo dos ultimos anos pela Fotoativa, esta oficina visa apresentar e discutir as possibilidades da fotografia na educação.

Inspiradas na leitura da natureza física da luz e do seu universo simbólico, as atividades propostas nesta oficina buscam promover a articulação e a integração de diversas disciplinas visando constituir alternativas pedagógicas potencializadoras de processos de produção do conhecimento.

Endereços

SESC SENAC Iracema
Rua Boris, 90C - Praia de Iracema

Alpendre
Rua José Avelino, 495 - Praia de Iracema

Teatro das Marias
Rua Senador Almino 233A - Praia de Iracema

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

As pequenas vitórias do movimento


CENAS DE REDESCOBERTAS: ELIANA E AS ALUNAS DA OFICINA. FOTOS: MARINA CAVALCANTE

por Rafael Rodrigues

Sentadas em cadeiras, as alunas da oficina Dançando com maiores de 50, promovida pelo Núcleo de Formação do Dragão do Mar, demoram - pelos parâmetros de tempo de uma vida mais "jovem", é bom que se diga - a desafiar os próprios limites. Talvez por timidez, talvez por receio de infligirem ao corpo algum desconforto. A cautela é mais do que justificada para essas pessoas, que muito já viram e viveram em mais de 50 anos de vida. A professora, paciente, espera dias até sentir a segurança necessária para, enfim, sugerir um exercício de solo, fora da zona de conforto às quais muitas dessas alunas se acostumaram.

Essa passagem ilustra as delicadezas e complexidades de olhar para o próprio corpo depois de uma certa idade, a partir da qual a sociedade tende a nos enquadrar no papel do idoso inofensivo, simpático ou recluso no próprio lar. A professora de dança Eliana Madeira pede licença para subverter papeis, durante a oficina que ministra, até esta sexta (24), no SESC Senac Iracema. Lá, busca ensinar aos mais maduros a redescobrir o próprio vigor corporal - e, quem sabe, se aventurar em outras atividades.

Fazendo 67 anos exatamente hoje, no último dia da atividade, Eliana fala com este blog sobre como prender a atenção desse público peculiar e fazê-lo entrar em movimento. Confira.

Pergunta - Como você teve essa sensibilidade de enxergar nesse público-alvo um potencial para uma atividade como essa?

Eliana Madeira -
Eu sou uma delas! Uma das integrantes desse público. Eu sempre quis fazer um grupo de dança com pessoas de mais de 50 anos. Homens e mulheres, e não tive ainda essa oportunidade. Então eu aproveitei o Núcleo de Formação e propus para a coordenação essa atividade, e foi aceita. Eu queria um perfil de baixa renda, baixa escolaridade, então essa atividade foi divulgada diretamente para o pessoal do Poço da Draga. Mas como também tinha o site aberto e, depois, no primeiro dia, houve divulgação pelo pessoal do jornal O Estado. No dia seguinte, tinham mais seis pessoas, depois apareceu mais um casal, embora, no fundo, eles estivessem pensando que era um curso de dança de salão. E a proposta, inicialmente, era movimentar o corpo, ter um pouco de consciência corporal, trabalhar com ritmos diferentes, para poder dançar qualquer coisa. E dentro do enfoque da dança contemporânea, é um trabalho na pessoa, com a história dela, a partir do que ela pode. Elas, as alunas, se divertem muito, falam que é muito prazeroso, relaxante, na hora que fazem esquecem dos problemas. E estão querendo continuar. A sensibilidade talvez venha da necessidade que eu mesma tenho de continuar dançando. Eu venho da dança, fiquei muito tempo afastada, e estou retornando. Sei como isso é importante para a vida de uma pessoa.

Pergunta - Nessa idade, as pessoas estão mais abertas a novas ideias sobre a própria consciência corporal?

Eliana -
Eu utilizo uma linguagem mais lúdica. É mais fácil elas [as alunas] responderem a essa linguagem do que a uma linguagem muito técnica, explicativa. Coloco algum material na mão delas, bolinhas, faço relaxamento, enfim... É uma motivação diferente, a que eles têm. Inclusive porque é um público que está parado, é sedentário. Tem muitos maiores de 50 que estão muito bem. Mas muitos estão cada vez mais parados, sedentários, em frente a uma televisão, condicionados a ligar e desligar uma televisão, a vida deles se tornou isso. Essa é realmente a minha preocupação: tirar essas pessoas dessa situação, porque a biologia em si, a idade, é um "problema", entre aspas. Se você não cuida, se não mantém a movimentação que pode ter, a coisa tende a ficar pior. E aí vem os problemas de saúde. A gente começou a oficina nas cadeiras, sentados, porque eu não sabia até onde elas iam. Hoje (quinta, 23), no terceiro dia, é que eu coloquei elas no chão, para sair do chão, para ver como é que senta, como é que deita. Muitas delas não fazem isso, não têm coragem de ir pro chão.

Pergunta - Tem um trabalho aí de perceber um ritmo próprio dessa feixa etária?

Eliana -
Justamente. A metodologia se diferencia do tradicional porque não dá movimentos prontos. Tanto que a ideia não é aprender movimentos, é aprender a se movimentar, que é diferente. Com esse modo de trabalhar é que estou abordando essa atividade.

Audiovisual e literatura além da adaptação

FRED BENEVIDES É REALIZADOR E PROFESSOR DE AUDIOVISUAL. FOTO: DIVULGAÇÃO

As obras literárias são uma fonte aparentemente inesgotável de inspiração para o audiovisual - que o digam as centenas de adaptações para o cinema lançadas anualmente, entre grandes produções e realizações independentes. Nesse rico filão, são diversas as possibilidades criadoras. Algumas delas serão exploradas pelo diretor e professor Fred Benevides na oficina Transcriações: leitura e escrita - Módulo I/Roteiro. A atividade acontece de segunda-feira (27) a 1/10, de 14 às 17 horas, no SESC SENAC Iracema.

A oficina é parte do calendário de oficinas do Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Na atividade, Fred Benevides pretende oferecer ao público caminhos para a realização de filmes a partir de textos literários. Segundo ele, essa realização será pensada extrapolando a narrativa e observando questões de estilo e aproximações com o universo dos autores dos textos.

A atividade também contemplará conceitos da linguagem cinematográfica. Como produto final, Benevides propõe a realização de exercícios em vídeo. O público-alvo é de interessados em geral, com alguma experiência na área. A oficina, gratuita, oferece 20 vagas. As inscrições podem ser feitas a partir do site do Centro Dragão do Mar, no endereço www.dragaodomar.org.br/formacao.php.

Fred Benevides é Graduado em Comunicação pela Universidade Federal do Ceará, com uma pesquisa sobre montagem no cinema. Formado pela Escola de Audiovisual de Fortaleza, com o trabalho “Nós em Fortaleza”, um itinerário poético pela cidade de Fortaleza através de manipulação ao vivo de imagens e sons captados no site de vídeos Youtube.

Ministra cursos de formação em audiovisual, nas áreas de linguagem do cinema e montagem, os mais recentes no Centro Cultural do Bom Jardim e na Escola de Audiovisual da Vila das Artes. Dentre outros trabalhos, dirigiu o vídeo As Corujas, contemplado no VI Edital de Cinema e Vídeo.

Serviço
Transcriações: leitura e escrita - Módulo I/Roteiro

Oficina promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Local: SESC SENAC Iracema - Rua Boris, 90C - Praia de Iracema
Período: 27/09 a 1/10
Horário: 14 às 17 horas

Corpo, cidade e imagens em evidência


FAULLER À DIREITA, COM WILEMARA BARROS: RESIDÊNCIA VAI INVESTIGAR O OLHAR A PARTIR DOS DISPOSITIVOS DIGITAIS. FOTO: DIVULGAÇÃO

O corpo carrega as marcas do tempo em que vivemos. Seja espremido num ônibus, desafiando o tédio em filas, virando de um lado para o outro tentando dormir. A dança contemporânea tem revelado um sensível olhar para esse estado de coisas, em que o corpo se torna reservatório de informações surgidas na relação com o espaço urbano. O coreógrafo cearense Fauller propõe olharmos para esse vínculo na residência Corpo: Abrigo da Cidade, que ele ministra a partir da próxima segunda-feira (27), até 1º de outubro, no SESC SENAC Iracema (Rua Boris, 90C). A atividade acontece entre 14 e 17 horas.

A residência vai enveredar pelos caminhos da dança e da imagem, como forma de dar suporte à reflexão sobre as relações e corpo e cidade. Fauller vai partir de estruturas coreográficas pensadas a partir de quatro fatores: deslocamento, tempo, escuta e comunicação através do olhar.

Além disso, a atividade vai investigar o olhar fotográfico produzido por meio de câmeras digitais profissionais, amadoras e telefones celulares. Na residência ainda serão abordadas questões consideradas pertinentes à criação e à produção artística, como estética, relações políticas e relações de trabalho.

Fauller começou a trabalhar profissionalmente com dança em 1999, como bailarino do Colégio de Dança do Ceará. Em 2003 criou a Cia. Dita, com a mesma tem incursionado pelo Brasil, Europa, África e América do Sul, criando obras que dialogam com o vídeo, a dança, a fotografia, a performance e a literatura. Ao longo dos anos dançou e colaborou com os criadores Rachid Ouramdane, Alain Buffard, Gary Stevens, Julie Nioche, Gilles Jobin, Paulo Caldas, Yann Marussich, e Rosemberg Cariry.

É possível se inscrever para a atividade até o dia 27. As inscrições podem ser feitas a partir do site do Centro Dragão do Mar (www.dragaodomar.org.br/formacao.php), onde se encontram as instruções necessárias. Para essa residência, os interessados devem enviar currículo, além da ficha de inscrição preenchida. A residência é destinada a performers, bailarinos, coreógrafos e intérpretes-criadores em dança.

Serviço
Residência Corpo: Abrigo da Cidade

Oficina promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Local: SESC SENAC Iracema - Rua Boris, 90C - Praia de Iracema
Período: 27/09 a 1/10
Horário: 14 às 17 horas

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Oficina vai transformar memórias pessoais em arte

MARCUS FAUSTINI É DIRETOR TEATRAL, DE CINEMA, ESCRITOR E ASSESSOR DO GOVERNO CARIOCA. FOTO: MARINA CAVALCANTE

Abrir o baú e buscar vivências, afetos, lugares e situações capazes de se tornarem criação artística. Nem sempre esse é um processo natural, sobretudo para quem atua buscando estimular vozes onde elas ainda não se fazem ouvir, como ocorre, por exemplo, em regiões periféricas. Com esse mote, o Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura (CDMAC) promove, a partir da próxima segunda-feira (27), a oficina Guias Afetivos, a ser realizada na sala multiuso do CDMAC. As atividades ocorrerão entre 18h30 e 21h30, diariamente, até 1º de outubro.

A atividade será ministrada por Marcus Vinícius Faustini, assessor especial da Secretaria de Direitos Humanos do Rio de Janeiro, e cuja trajetória é marcada pela atuação em movimentos sociais, aliada a uma intensa atividade artística (dirigiu peças de teatro e dois documentários).

Em sua experiência, Marcus Faustini vem problematizando espaços desfavorecidos, como a favela, não mais como um tema estático, e sim como um suporte para diversos tipos de arte. Na Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, primeira escola de audiovisual gratuita da Baixada Fluminense, busca "desenvolver estratégias e metodologias para que os alunos construam subjetividades", conforme relata.

O objetivo da oficina Guias Afetivos é criar junto aos participantes uma experiência artística criativa, que valorize as vivências pessoais de cada participante. Contação de histórias, artes plásticas e vídeo serão utilizados na oficina, como forma de estimular cada participante a desenvolver alguma expressão artística.

A oficina é destinada a artistas de diversas linguagens, representantes de grupos, associações e projetos. As inscrições prosseguem abertas, e podem ser feitas a partir do site do Centro Dragão do Mar (www.dragaodomar.org.br/formacao.php).

A ideia da oficina Guias Afetivos surgiu a partir do romance “Guia Afetivo da Periferia” de autoria do próprio Faustini, lançado pela editora Aeroplano em 2009. O livro conta a história de um jovem de origem popular que circula a cidade e apresenta suas percepções sobre o cotidiano diverso da cidade do Rio de Janeiro. Assim, a atividade reforça a necessidade de um novo olhar sobre o território, o olhar de quem vive nas periferias, e que por isso, reserva um entendimento particular sobre os costumes, acontecimentos e práticas cotidianas desses espaços.

Serviço
Guias Afetivos

Oficina promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Local: Sala multiuso do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura - Rua Dragão do Mar, 81 - Praia de Iracema
Período: 27/09 a 1/10
Horário: 18h30 às 21h30

terça-feira, 21 de setembro de 2010

eu / outro - relações - literatura / artes visuais, com Érica Zíngano

ÉRICA ZÍNGANO DISCUTIRÁ A AUTORIA EM TEXTOS LITERÁRIOS E PRODUÇÕES VISUAIS. FOTO: DIVULGAÇÃO

A mestranda em Letras pela Universidade de São Paulo e artista visual Érica Zíngano vai ministrar a oficina eu / outro - relações -  literatura / artes visuais, entre os dias 8 e 12 de novembro, de 18h30 às 21h30. O local ainda será anunciado.

As inscrições estão abertas. Você pode baixar sua ficha de inscrição, preenchê-la e enviá-la para o email nucleodeformacao@dragaodomar.org.br.

Seguem mais detalhes sobre esta atividade:

"eu / outro - relações -  literatura / artes visuais"

Data: de 8/11 a 12/11, de 18h30 às 21h30

Local: Sesc/Senac Iracema (Rua Boris, 90 C).

Público: interessados em literatura e artes visuais em geral.

Descrição: o curso irá apresentar diferentes perspectivas, literárias e artísticas, para a abordagem do EU e do OUTRO a partir do século XX, quando a Modernidade passou a problematizar a questão da autoria. Serão privilegiados alguns autores portugueses, dentre os quais: Fernando Pessoa e heterônimos, Maria Gabriela Llansol e Gonçalo M. Tavares. Nas artes visuais, serão discutidos trabalhos de alguns artistas que se aproximaram dessas questões, como Marcel Duchamp, Dora Longo Bahia, Rosangêla Rennó, Yuri Firmeza, dentre outros.  Alguns dos tópicos que atravessarão nossas conversas também serão puxados pelas palavras: assinatura / comunidade / bairro / coletivo / identidade / relação / limite / corpo / apagamento / distância / diluição / multiplicação.

Érica Zíngano
É artista visual, graduou-se em Letras (Português-Francês-Literaturas) na  Universidade Federal do Ceará (1999-2004), onde também concluiu o Curso de Especialização em Estudos Literários e Culturais (2005-2006), pesquisando, sob o enfoque teórico de Roland Barthes, a escrita fragmentária de Clarice Lispector em Água Viva.  Atualmente, cursa o mestrado em Literatura Portuguesa na Universidade de São Paulo, estudando percursos do EU no drama-poesia  da escritora portuguesa Maria Gabriela Llansol (1931-2008), além de integrar a comissão editorial da Revista Desassossego (Revista eletrônica de alunos do Programa de Pós-Graduação em Estudos Portugueses da Universidade de São Paulo).

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A arte que faz acontecer

 VERONICA STIGGER DURANTE A OFICINA. FOTO: MARINA CAVALCANTE

Entre 2006 e 2009, a professora universitária Veronica Stigger dedicou-se a pesquisar o multiartista, arquiteto, engenheiro (e uma dezena de outras coisas) Flávio de Carvalho, em um Pós-Doutorado. Nas mãos, ela tinha um objeto e tanto: manifestações artísticas capazes de entrecruzar perfomance, moda, etnografia, audiovisual (e uma dezena de outras coisas). O modernista, da mesma geração de Mário de Andrade e Tarsila do Amaral, é reconhecido por Stigger como uma espécie de precursor da arte contemporânea brasileira.

Essas e outras ideias sobre Flávio de Carvalho foram expostas por ela na oficina Flávio de Carvalho e a invenção da arte contemporânea brasileira, promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. No bate-papo a seguir, Veronica Stigger se detém sobre a noção de experiência como atributo definidor da obra de Flávio de Carvalho. Confira.

Pergunta - Em poucas palavras, como se poderia definir a importância da noção de experiência nas intervenções e nas andanças de Flávio de Carvalho?
Veronica Stigger - Bom, várias coisas estão envolvidas nessa noção de experiência. Uma delas é essa ação, esse colocar em prática alguma coisa. Esse lado meio dramático que tem na experiência, de um drama pensado assim, como alguma coisa colocada em ato, em ação. Que é o caso das três experiências que ele faz: andar no sentido contrário de uma procissão; criar um traje de verão para os homens e sair desfilando nas ruas de São Paulo com esse traje; e uma última que é pesquisar uma tribo indígena e ao mesmo tempo fazer um filme. Então a gente tem por um lado, esse aspecto de ação, de colocar alguma coisa em prática, nessa ideia de experiência, e por outro, o que está embutido nessa ideia, que é uma busca por conhecimento. Em todas as intervenções do Flávio, há a ideia de buscar um conhecimento específico sobre alguma coisa. No primeiro caso, por exemplo, estudar a alma dos crentes, como ele diz, na procissão de Corpus Christi, no segundo estudar a moda, no segundo, e no terceiro, há uma experiência de caráter científico, que é estudar o índio e depois produzir um filme.

Pergunta - Em todas essas experiências, ele, digamos assim, ele ignora os limites de espaço em que se espera que essas manifestações se desenvolvam. A arte na galeria, a moda dentro de uma loja... Tudo dele parece convergir para um contato com a vida real. É correto pensar dessa forma?

Veronica - Creio que, no caso das experiências do Flávio de Carvalho, as manifestações vão além dos limites da arte. Elas bordejam outras áreas. No caso da Experiência nº 2, que é a da procissão, ele vai bordejar a psicologia, a etnografia... Na Experiência nº 3, também a etnografia, mas também a sociologia, a história. A própria moda... São experiências, manifestações, ações que o Flávio de Carvalho coloca em prática, que vão além dos limites estritos da arte, de um museu. E é por isso que vem o título que sugeri para a oficina, que é Flávio de Carvalho e a invenção da arte contemporânea brasileira. É um pouco uma brincadeira de pensá-lo como um precursor.

Pergunta - Dentro do Modernismo, o lugar do Flávio de Carvalho era um lugar...

Veronica - Deslocado?

Pergunta - Isso.

Veronica Eu acho que ele é deslocado. Ele chegou ao Brasil depois de fazer os estudos dele fora do país. Então, ainda pequeno, com 11 ou 12 anos, ele foi enviado para estudar fora do país. E ele volta em 1922, o ano da Semana de Arte Moderna [de São Paulo, marco do Modernismo nas artes brasileiras]. Mas ele não volta em fevereiro, quando se deu a Semana, volta só em agosto. Ele vai ter contato com essa turma, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, depois Raul Bopp... Mas ele é sempre um artista meio deslocado. Embora ele tenha relação com as pessoas que eu citei, ele é sempre um artista mais à parte.

As oficinas da semana

A semana começa com novas oficinas do Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar. Entre os dias 20 e 24, atividades gratuitas contemplam literatura, dança e cinema. Confira quais oficinas estarão ocorrendo nos próximos dias.

Reverberações: imagens do texto
Ministrada por Fátima Souza
Local : Alpendre - 15h às 18h
De 20 a 24/09

Dançando com maiores de 50
Ministrada por Eliana Madeira
Local: SESC SENAC Iracema - 15h às 17h
De 20 a 24/09

Introdução à Crítica Cinematográfica
Ministrada por Marcelo Ikeda
Local: Alpendre - 15h às 18h
De 21 a 24/09

corpo : som : palavra : imagem, com Ricardo Aleixo

RICARDO DURANTE O SEMINÁRIO ARTE, EDUCAÇÃO E EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS, EM AGOSTO. FOTO: MARINA CAVALCANTE

O poeta e professor de Design Sonoro Ricardo Aleixo vem a Fortaleza ministrar a oficina corpo : som : palavra : imagem. A oficina acontece entre 18 a 22 de outubro, de 14 às 17 horas, com local ainda a ser confirmado.

A atividade tem 20 vagas disponíveis. As inscrições estão abertas. Você pode baixar sua ficha de inscrição, preenchê-la e enviá-la para o email nucleodeformacao@dragaodomar.org.br. Atenção: para esta atividade, os interessados deverão apresentar currículo e carta de intenções, explicando porque desejam participar da oficina.

Seguem mais detalhes sobre a oficina. 

corpo : som : palavra : imagem

Data: de 18 a 22 de outubro, de 14h às 17h.

Local: a confirmar.

Descrição: por meio de explanações teóricas, relatos e exercícios individuais e coletivos, a oficina tem como objetivo propiciar aos participantes a experiência de construção das passagens entre os códigos que compõem o sempre instável “livro-ambiente” que é a performance intermídia.

Número de participantes: máximo de 20.

Público-alvo: profissionais ou estudantes interessados em poéticas interartes, ou intermídia, independentemente do campo artístico ao qual estão prioritariamente ligados.

Pré-requisitos: ter disponibilidade para a parte prática do trabalho, que envolve intensa atividade vocal e corporal. Os candidatos deverão apresentar breve currículo, endereço na web (site, blog, myspace, youtube etc., caso tenham) e carta de intenções, na qual deverão deixar claro o motivo por que se interessaram pela participação na oficina.

Preparação para o primeiro encontro: o trabalho será iniciado via email. O oficineiro fará contato com cada um dos selecionados, propondo um tipo diferente de trabalho a ser desenvolvido no primeiro encontro do grupo. Além de roupas confortáveis para a prática de exercícios corporais, cada participante deverá levar: 1) filmadora (preferência para as de celular, ou de máquina fotográfica, pela facilidade de manuseio) com bastante memória disponível; 2) um poema ou texto em  prosa que tematize o espaço (pode-se, evidentemente, optar por textos de autoria própria, mas considero mais generosa e instigante a escolha de criações alheias); 3) algum objeto de uso cotidiano (exceto eletrônicos) que possa ser utilizado para produzir sons; 4) uma venda para os olhos; 5) bloco de notas ou caderno e caneta.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Em busca do movimento inteligente

 
MÁRCIA EM AÇÃO: RESPIRAR MELHOR PARA VIVER MELHOR. FOTO: MARINA CAVALCANTE

A atividade do corpo e a teoria. As duas coisas não parecem combinar muito, num primeiro olhar. Afinal, para dançar basta poder se movimentar, ter vontade e alguma criatividade, correto? Nem tanto, ensina Márcia Santiago, especialista em Dança e certificada em Pilates. Para ela, o desafio é fazer do movimento uma construção que pode, sim, ser pensada - e aperfeiçoada - à luz dos avanços científicos.

Mas não de qualquer forma. "Teoria é sopinha de letra, você toma e aprende. A aplicabilidade dessa teoria é que é a grande questão. A cinesiologia trata disso, de você ter a capacidade de chegar e fazer correções, dominar esses conceitos biomecânicos, anatômicos, respiratórios. A importância disso pra ter uma postura eficiente, otimizada", argumenta a professora, que ministra, até esta sexta-feira (17), a oficina Cinesiologia aplicada à dança, no Sesc/Senac Iracema.

Na atividade, ela apresentou aos alunos fundamentos das teorias cinesiológicas, que advogam a reeducação postural por meio de técnicas corporais e respiratórias. Ao fim de uma das aulas, Márcia Santiago conversou com o blog sobre o potencial transformador da cinesiologia, tanto para profissionais da dança quanto para aqueles interessados apenas em ganhar qualidade de vida. Confira trechos.

Pergunta - Você acha que a cinesiologia é uma disciplina apta a promover mudanças de postura, de consciência do próprio corpo?

Márcia Santiago -
O que eu vou pegar com eles, os alunos, é exatamente isso. Eu não estou trabalhando com eles a cinesiologia dentro de uma técnica específica, para o balé ou outra coisa. Estou trabalhando a cinesiologia para o movimento. E para o movimento funcional, você tem esses corpos que se movem, independente do nível de formação, e a ideia é corrigir esses padrões de movimento. Se eu sou aluna, como me colocar? O que eu estou pegando de conteúdo é: respiração, o ato respiratório para a organização postural e para o movimento. O ato respiratório é cinquenta por cento da organização postural. Pela força hidráulica que ele promove, pela oxigenação... Vários sistemas que ela coloca em evidência.

Pergunta - As pessoas não sabem disso, não é?

Márcia -
A respiração é o primeiro e último ato de vida. Tudo é respiração. E como estou usando a respiração? Com técnicas específicas, como imobilização da coluna e fortalecimento de músculos e articulações, em cima de respiração. Foi a primeira aula. E mostrando como a organização postural pode acontecer por meio da respiração, mostrando outras técnicas, como o Pilates. Não existe respiração certa e errada. Existe o "para quê". Por qual motivo quero usar essa respiração: para facilitar o movimento, para organizar o movimento ou para desafiar o movimento, num caráter mais avançado, mais fitness.

Pergunta - Fica clara para os alunos a relação que a Cinesiologia tem com o trabalho artístico que algumas dessas pessoas desenvolvem?

Márcia -
Fica. A gente tem coreógrafos e dançarinos entre os alunos. E nas aulas, a abordagem é orgânica. O foco é em como a respiração dá fluência ao movimento. Eles já vão por esse lado da exploração da respiração no movimento. A fluidez que ela dá, a organicidade, a potência, a facilitação. A gente tinha uma visão de que, quando uma coisa era difícil, a gente prendia a respiração. Fazia apneia. Hoje em dia é o contrário. A gente não bloqueia o diafragma. Tenho que mover e respirar. Essas pessoas veem demais essa relação.

O ofício da crítica em detalhes


MARCELO IKEDA VAI ABORDAR FINALIDADES E INSTRUMENTOS DA CRÍTICA. FOTO: DIVULGAÇÃO

Tecnologias como a internet tiveram (e têm) o poder de democratizar alguns aspectos da produção jornalística. A crítica de arte foi um deles. Em blogs e outras plataformas, especialistas (ou nem tanto) consolidaram espaços para o exercício da apreciação de arte. Do outro lado da moeda, a questão: qualquer um pode ser um crítico nos dias de hoje?

Os lugares da crítica, mais especificamente a cinematográfica, serão pensados pelo professor universitário Marcelo Ikeda, em oficina teórica que se inicia na próxima terça-feira (21). "Introdução à Crítica Cinematográfica" é o título da atividade a ser ministrada por Ikeda no Alpendre (Rua José Avelino, 495), entre 15 e 18 horas, até o dia 24.

A ideia do curso é enfatizar o papel do crítico como formulador de um espaço de discussão sobre a linguagem cinematográfica. Como método, Ikeda propõe o exame da relação entre críticos e realizadores, destacando momentos-chave da teoria cinematográfica, como a "política dos autores" lançada pela revista francesa Cahiers du Cinema em 1955. À época, a publicação atribuiu ao cineasta o papel de autor dos filmes que dirigia, o que suscitou um grande debate sobre o peso dos diferentes processos na realização de uma obra cinematográfica.

O tema mostra-se capaz de mobilizar atenções e suscitar paixões. Não à toa, as vagas para inscritos já se esgotaram pelo menos uma semana antes do início das atividades. A oficina prevê, além das discussões teóricas e do resgate histórico, exercício de crítica a ser realizado pelos participantes.

Marcelo Ikeda é professor do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará (UFC) e mestrando em Comunicação Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Trabalhou por oito anos na Agência Nacional de Cinema (ANCINE). Realizador de diversos curtas-metragens, como O Posto, É Hoje, Eu Te Amo e Cartas de um Jovem Suicida, entre outros. Curador da Mostra do Filme Livre entre 2003 e 2007. Crítico de cinema, mantém o blog www.cinecasulofilia.blogspot.com.

Serviço
Introdução à Crítica Cinematográfica

Oficina promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Local: Alpendre - Rua José Avelino, 495 - Praia de Iracema
Período: 21 a 24/09
Horário: 15 às 18 horas

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Cenas de um corpo expandido

 ARMANDO, DURANTE A OFICINA: CRIAÇÕES DE ARTISTA PARA ARTISTA. FOTO: YURI TAVARES

Marshall McLuhan, com suas convivcções de que meios são extensões do homem, talvez se sentisse seduzido por Isadora. Ela é onipresente, poderosa e prestativa, só precisa de manual de instruções. Isadora 1.3 é um software cujas possibilidades ativam sinapses de artistas, sobretudo ligados à dança e à perfomance, capazes de dar corpo a novos formatos cênicos.

O programa de computador, capaz de organizar elementos no espaço da cena a partir de sensores ligados ao corpo, foi objeto da oficina Corpo e novas tecnologias com Isadora 1.3. Video em interactividade tempo real, ministrada por Armando com colaboração e assessoria da performer Aspásia Mariana.

Em dois dias de curso, contabiliza Armando, foi possível apresentar uma breve introdução à ferramenta. Ele espera retornar para mostrar outras funcionalidades de Isadora, segundo ele o software com melhor relação custo-benefício dentre os programas disponíveis para a mesma finalidade.

Certamente não faltará demanda. Menicacci cumpriu uma agenda movimentada em Fortaleza. Ele passou, entre outros lugares, pela Vila das Artes, onde participou do projeto Debates Incalculáveis. Correndo de um lado para o outro com com a mala de viagem a tiracolo, ele parou para bater papo com este blog. Confira trechos:

Pergunta - Como esse programa, o Isadora, pode contribuir para a expansão do potencial de um performer ou de um bailarino em cena?

Armando Menicacci -
Esse software especificamente tem várias coisas que me fazem pensar que é o melhor software para fazer interação em tempo real com várias mídias. É o mais simples, mas é o mais completo, ou um dos mais completos, mas entre os mais completos, é o mais barato. É pago porque é uma pessoa que desenvolve e ele claramente vende esse sotware. Mas um software com potência semelhante custa 600 euros [cerca de 1500 reais] e esse aqui custa 270 [cerca de 700 reais]. E esse é muito mais potente em alguns campos. Há um software com a mesma capacidade de Isadora, mas não tem manual e é muito complicado pra usar. Leva meses de aprendizagem. Aqui, se tivéssemos tido duas semanas de atividade, cada artista poderia ter saído um programador.

Pergunta - Você sente que Fortaleza tem uma demanda, existe aqui esse chamado para um trabalho feito na interseção entre tecnologia e arte?

Armando -
Existe. Foram exatamente os artistas que querem usar que sugeriram para o Centro Dragão do Mar para tentar trazer essa atividade. Foram apenas dois dias, mas para mostrar algumas capacidades do 1.3 [refere-se à versão do programa] de organizar coisas maiores, é um bom momento.

Pergunta - Qual o ganho qualitativo que uma ferramenta como essa traz?

Armando -
De poder ter um controle total sobre todo tipo de mídia. Com seu corpo, com um sensor muito barato, você pode controlar todo tipo de coisa. A vantagem da Isadora é que ela é mais acessível. Ela se chama Isadora exatamente por isso, por causa de Isadora Duncan, que libertou o corpo da sapatilha de ponta, de um figurino apertado que atrapalhava a respiração. O programa é pra libertar o artista, que pode não precisar mais de um programador. Eu não sou matemático, não sou programador, aprendi quase sem olhar o manual. O software é feito e pensado por artista para artista. Os outros, tanto os gratuitos quanto os pagos, são pensados por programadores, para artistas. Essa separação é muito pesada, porque o artista tem que arrumar dinheiro para pagar um programador, e às vezes isso não é possível. Aqui, o artista pode programar ele mesmo.

Pergunta - Você tem colaborações com artistas de diversas partes do mundo. Isso inclui uma colaboração com uma artista daqui, a Aspásia Mariana... Qual a proposta?

Armando -
Isso. Ela foi contemplada por um edital e me chamou para renovar a relação entre gesto e som no sapateado. O sapateado tem uma relação sempre igual entre gesto e som: é o pé que dispara o som. Mas isso cria uma corporeidade de um certo tipo. Agora, podemos tentar renovar com interação, pode ser que a dança e a ritmicidade do sapateado pode influenciar vídeo, luz, pode ampliar os horizontes de interação.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Nova oficina: Guias afetivos, com Marcus Faustini

 FAUSTINI DURANTE O SEMINÁRIO ARTE, INVENÇÃO E EXPERIÊNCIAS FORMATIVAS. FOTO: MARINA CAVALCANTE

O Núcleo de Formação traz de volta a Fortaleza Marcus Faustini, diretor, escritor, fundador da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu e Assessor Especial da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro. Ele vem ministrar a oficina Guias Afetivos, baseada em livro lançado por ele em 2009. Faustini esteve em agosto em Fortaleza, onde fez uma palestra bastante aplaudida no Seminário Arte, Invenção e Experiências Formativas.

Abaixo, segue um briefing da oficina, que acontece entre 27/9 e 1º/10, de 18h30 às 21h30, na sala multiuso do Dragão do Mar. Para se inscrever, faça download da ficha de inscrição e a envie para o email nucleodeformacao@dragaodomar.org.br. As inscrições são gratuitas.

Guias afetivos, com Marcus Faustini

Data: de 27/09 a 01/10.

Horário: 18h30 a 21h30.

Local: sala multiuso do Dragão.

Perfil do público: artistas de diversas linguagens, representantes de grupos, associações e projetos.

Atenção: oficina limitada a 20 vagas.

Descrição: O objetivo do “Guias Afetivos” é criar junto aos participantes uma experiência artística criativa, que valorize as vivências pessoais de cada participante, com foco no desenvolvimento de uma estética particular, contribuindo para o fortalecimento do pertencimento social desses sujeitos, bem como sua inclusão subjetiva. Para tanto, o conceito de linguagem literária é ampliado para expressões através do uso da PALAVRA, nesse sentido, a contação de histórias, as artes plásticas e o vídeo são aliados no processo.

A valorização do território é o início do processo. Por isso, a utilização do romance “Guia Afetivo da Periferia”, já que, a partir dos cenários e situações descritas pelo autor no romance, o participante é convidado a resgatar a sua memória e transformá-la também em expressão artística. O convencimento é feito a partir da sensibilização provocada pela leitura do romance em conjunto. A vida de cada um pode em muito interessar aos outros, basta contá-la. Portanto, a metodologia num primeiro momento, visa encorajar os participantes. Em seguida, passa-se a experimentar as diversas possibilidades de expressão através de linguagens como vídeo, artes plásticas, literatura, poesia. Ao final da oficina cada participante, terá desenvolvido individualmente ou em conjunto alguma expressão de linguagem.

Marcus Vinícius Faustini, carioca, cresceu na Baixada Fluminense e no Cesarão, maior conjunto habitacional do Rio de Janeiro em Santa Cruz. Com formação em teatro e cinema, Faustini como é chamado, destaca-se na cena cultural desde 1998. Antes disso, teve uma passagem significativa pelo movimento estudantil chegando a ser vice-presidente da AMES-RJ. Em 2002 dirigiu seu primeiro filme "Chão de Estrelas", um documentário sobre a vida do artista brasileiro, que reunia depoimentos de Fernanda Montenegro até um travesti que desejava ser ator. O filme aborda as dificuldades de alcançar o sonho dourado de ser ator no país. O documentário foi bastante elogiado pela crítica e participou de dois festivais. Em 2006 Faustini lançou nos cinemas seu segundo documentário: "Carnaval, bexiga, funk e sombrinha" sobre o universo contraditório das turmas de clóvis/bate -bolas que existem na periferia do Rio. Convidado pela Prefeitura de Nova Iguaçu, Faustini assumiu em 2008 a pasta da Secretaria de Cultura e Turismo do município, tendo por esse motivo se licenciado do projeto Reperiferia. Como Secretario, realiza o Fundo Municipal de Cultura e a Política de Territorialidade através de editais. Em 2009 lança pela editora Aeroplano seu primeiro livro – Guia Afetivo da Periferia – que narra a trajetória de um personagem pela cidade do Rio de Janeiro. Hoje é Assessor Especial de Cultura e Território da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O corpo segundo Isadora 1.3



 Oficina com Menicacci (foto) acontece nesta segunda e terça (13 e 14)

O manejo de novas tecnologias vem renovando o campo de atuação em diversos segmentos artísticos e, principalmente, tem aproximado diferentes modalidades de expressão. Como qualificar, por exemplo, o trabalho de artistas como Nam June Paik, que uniu audiovisual e performance? Para colocar em prática algumas das relações possíveis entre corpo e tecnologia, o Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura realiza oficina com o pesquisador Armando Menicacci, diretor do Médiasanse, laboratório de pesquisa, criação e pedagogia da dança e tecnologias digitais da Universidade de Paris 8.

Nesta segunda e terça-feira (13 e 14), de 9 às 13 horas, ele estará no Alpendre comandando a atividade Corpo e novas tecnologias com Isadora 1.3. Video em interactividade tempo real. O software Isadora 1.3 foi desenvolvido por Mark Coniglio e permite o controle de qualquer coisa no espaço cênico, partindo da corporeidade do interprete e/ou do espectador.

Na atividade, Menicacci vai orientar os participantes no uso da ferramenta, cujo aparato prevê sensores ligados ao corpo controlando vídeo, áudio, luzes, vento, fumaça e outras ferramentas da cena em tempo real. Menicacci vai discutir ainda conceitos teóricos ligados às poéticas tecnológicas e trocar conhecimentos sobre o uso de sensores em espetáculos e instalações interativas.

Para esta oficina, os participantes deverão levar laptop. São 15 vagas disponíveis. Para se inscrever, basta preencher a ficha de inscrição disponível aqui, e enviar para o email nucleodeformacao@dragaodomar.org.br.

Além de pesquisador e professor, Armando Menicacci colabora com coreógrafos e possui um trabalho próprio de criação artística com instalações interativas. É doutor pela Universidade de Paris 8, com tese sobre a relação entre dança e tecnologias numéricas.

Serviço
Corpo e novas tecnologias com Isadora 1.3. Video em interactividade tempo real

Oficina promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Local: Alpendre - Rua José Avelino, 495
Período: 13 a 14/09
Horário: 9 às 13 horas

Inscrições gratuitas. Mais informações em http://www.dragaodomar.org.br/formacao.php

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A vez dos cinquentões

Foi depois dos 50 anos de idade que o escritor português José Saramago produziu suas obras-primas. Ele é apenas um dentre tantos exemplos de pessoas que, após meio século de vida, abriram caminhos para além da prevista aposentadoria. Eles, os cinquentões, já são quase 20% dos trabalhadores das regiões metropolitanas do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A importância de estimular a criatividade e a produtividade nessa fase da vida motivou o Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar a ofertar a oficina Dançando com Maiores de 50, entre os dias 20 e 24 de setembro, no Sesc/Senac Iracema.

Como o título sugere, a atividade tem como público-alvo homens e mulheres com mais de 50 anos. A intenção da oficina é despertar o desejo de se movimentar além dos condicionamentos do cotidiano e além das limitações da idade. Com isso, os participantes poderão desfrutar de mais autonomia e bem-estar. Em outras palavras: sair da inércia, da acomodação e do sedentarismo.

A atividade será ministrada por Eliana Madeira, professora de dança contemporânea do Curso Técnico em Dança. Ela é graduada em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e possui pós-graduação em Dança Elementar, em Colônia, na Alemanha.

Os encontros acontecem entre 15 e 17 horas, e a atividade, como todas as outras promovidas pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar, são gratuitas. Para se inscrever, basta preencher a ficha de inscrição disponível aqui, e enviar para o email nucleodeformacao@dragaodomar.org.br. São 20 vagas disponíveis para esta oficina.

Serviço
Dançando com Maiores de 50

Oficina promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Local: Sesc/Senac Iracema
Período: 20 a 24/09
Horário: 15 às 17 horas

Inscrições gratuitas. Mais informações em http://www.dragaodomar.org.br/formacao.php

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Nova oficina com Armando Menicacci

O Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura divulga mais uma oficina confirmada para o mês de setembro. Corpo e novas tecnologias com Isadora 1.3. Video em interactividade tempo real é o título da atividade que Armando Menicacci realizará entre 13 e 14 de setembro, de 9 às 13 horas, no Alpendre.

Os interessados devem preencher ficha de inscrição (download aqui) e enviá-la para nucleodeformacao@dragaodomar.org.br. Para esta oficina, os participantes deverão levar laptop. São 15 vagas disponíveis.

Segue abaixo um briefing da oficina.

Corpo e novas tecnologias com Isadora 1.3. Video em interactividade tempo real

Local: Alpendre
Período: 13 e 14/09
Horário:  9h às 13h

Nesse curso vamos dar uma introdução a Isadora 1.3 programa desenvolvidos por Mark Coniglio que permite o controle de qualquer coisa no espaço cénico partindo da corporeidade do interprete e/ou do espectador. Vamos aprender a simples programação desse programa com sensores ligados au corpo controlando o video, audio, luzes, vento, fumaça e outras ferramentas da cena em tempo real. Aprendendo a programação vamos também estudar sobre pontos teóricos ligados as poéticas tecnológicas: limiar (threshold), lógica desfocada (fuzzy logic), etc. Vamos também aprender a trabalhar com todo tipo de sensor para criar espectáculos ou instalações interactivas.

Armando Menicacci
Após seus estudos em dança  obteve um mestrado em musicologia e um doutorado sobre as relações entre a dança e as tecnologias numéricas na Universidade de Paris 8, onde fundou e dirige Médiadanse, laboratório de pesquisa, criação e pedagogia em dança e tecnologias numéricas. Ele é profesor de relações entre arte e novas medias na EMA, Ecole Media Art (www.emafructidor.com). Com Christian Delecluse, fundou digitalflesh : corpo, gesto e máquinas sensíveis (www.digitalflesh.org), um laboratório de pesquisas plásticas, musicais, cênicas e tecnológicas em torno do espetáculo vivo. Paralelamente à sua atividade de pesquisa e ensino, ele colabora, entre outros, com os coreógrafos Alain Buffard, Vincent Dupont, Rachid Ouramdame, Kondition Pluriel. Armando Menicacci desenvolve um trabalho de criação artística com as instalações interativas "Terra Incognita" (Museu de Arte Contemporânea de Fortaleza, Brasil, 2005) e "Entrance" com Christian Delécluse (Paris, Observatório, 2006). Com  Alain Buffard, concebeu e realizou Under-score (site gerador de partituras de dança (www.under-score.info) que desenvolveu com Christian Delécluse em criação coreográfica: (Recife 2006, Paris 2007, Milão, Florianópolis, Istanbul, São Paulo, Praga 2008, Sevilla e Tunisi 2009).

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Entre roupas, músicas e segredos inconfessáveis

  RICARDO EM AÇÃO NO ESPETÁCULO PELO A MENOS NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Se cada corpo tem uma história, nada mais justo que pensar em cada corpo como portador de diversas coreografias possíveis, únicas. E como criar a partir das próprias lembranças, da própria biografia? O artista, pesquisador e produtor Ricardo Marinelli propõe métodos para potencializar esse tipo de processo criativo na Residência Dançando com nossas urgências (ou sobre uma poética autocoreográfica), uma das oficinas promovidas em setembro pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

A oficina acontece entre 13 e 17 de setembro, no Alpendre - Casa de Arte, Pesquisa e Produção. Antes mesmo do início da residência, Marinelli já pede aos participantes que se revelem, em suas subjetividades, por meio de objetos pessoais como roupas, CDs e anotações de "segredos inconfessáveis", entre outros (a lista segue abaixo). Com esses pontos de partida, a oficina pretende começar a revelar elementos constituintes de autocoreografias, como Marinelli denomina.

A atividade funcionará como um laboratório destinado a performers, bailarinos, coreógrafos e intérpretes-criadores em dança. A seleção se dará por meio de currículo, que deverá ser enviado junto com a ficha de inscrição (download aqui) para o email nucleodeformacao@dragaodomar.org.br. Os encontros acontecerão sempre das 14 às 17 horas.

Ao longo de uma semana, a oficina-laboratório vai explorar estratégias para ampliar e desenvolver o potencial criativo e perceptivo do artista interessado em dança, corpo e movimento. Martinelli propõe investigar metodologias para diferentes processos de criação de coreografias.

Ricardo Marinelli é artista, pesquisador e produtor em arte contemporânea, trabalhando em diversos campos entre artes cênicas e visuais. Licenciado em Educação Física e Mestre em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), estudou dança em diversas instituições de Curitiba. Foi bolsista/residente da Casa Hoffmann (2004), onde pôde trabalhar com coreógrafos de diversos lugares do mundo. Foi professor de Dança e Filosofia na UFPR (2005-2006). Entre 2004 e 2009, recebeu cinco prêmios da Funarte para desenvolver suas peças, com as quais circulou por diversos festivais no Brasil, Alemanha, Peru, Uruguai, Martinica e Cuba.

Solicitações aos participantes

- roupas confortáveis;
- cadernetas, lápis ou caneta para escrever;
- sua peça de roupa mais antiga (ainda em uso) e sua peça de roupa mais nova;
- uma musica importante para você (em CD);
- um objeto que fale a respeito de uma característica importante de sua personalidade;
- um segredo inconfessável sobre si mesmo (por escrito);
- cinco fotos que considera representar importantes momentos de sua vida;

Serviço
Residência Dançando com nossas urgências (ou sobre uma poética autocoreográfica)

Oficina promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Local: Alpendre
Período: 13 a 17/09
Horário: 14 às 17 horas

Inscrições gratuitas. Mais informações em http://www.dragaodomar.org.br/formacao.php

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Em busca das energias do corpo

Você sabe o que é cinesiologia? A palavra, de origem grega, designa a ciência que analisa os movimentos, sobretudo os do corpo humano. No Brasil, é conhecida como balanceamento muscular. Usualmente empregada com fins terapêuticos ou corretivos, ela pode ser uma aliada dos praticantes de dança.

É o que vai mostrar a professora baiana Márcia Santiago na oficina Cinesiologia Aplicada à Dança - O Corpo Respirando Movimento Inteligente, que acontece entre os dias 13 e 17 de setembro, no Sesc/Senac Iracema. A oficina é gratuita e faz parte da programação do Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

A cinesiologia vem se desenvolvendo desde os anos 1960, a partir do conhecimento sistematizado pelo médico quiropata norte-americano George Goodheart, embora as bases da ciência já existissem previamente - a cinesiologia reúne, na verdade, diversos métodos de cura tradicionais. Não por acaso, uma das influências mais pronunciadas da cinesiologia é a medicina chinesa.

Nesse sentido, um conceito básico é o de energia vital, que no corpo humano transita pelos chamados meridianos. A cinesiologia acredita ser capaz de medir essa energia com instrumentos adequados. Para essa ciência, a saúde de um indivíduo é determinada, para além dos processos corporais, por leis energéticas.

A oficina será uma breve introdução dos fundamentos cinesiológicos da anatomia do movimento parcial e total e da postura corporal estática e dinâmica da dança, aplicando técnicas corporais e respiratórias específicas utilizando acessórios como elásticos, flex ring, pesos e bolinhas.


Márcia Santiago tem Especialização (1990) e Licenciatura em Dança (1989) na Universidade Federal da Bahia. É certificada em Pilates pela Polestar Education/Physio Pilates em Pós-reabilitação e Fitness (2000) e em Gyrokinesis em (2007). Concursada pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia (1990), atuando na Escola de Dança da FUNCEB como coordenadora pedagógica no Curso de Educação Profissional em Dança e assistente de coreografia (1993/2003) e docente das disciplinas Cinesiologia Aplicada à dança, Pilates solo, dentre outros (1990/2010). Na Faculdade Social da Bahia, nos cursos de Educação Física e Artes Cênicas, ministrou as disciplinas Ritmo e Movimento, Teoria e Prática da Dança e Técnica Corporal I e II (2004/2008). É membro da Equipe Multidisciplinar do Ambulatório de Dor do Hospital das Clínicas da UFBA (método Pilates). Foi membro e representante do Núcleo Salvador da daCi dance and Child internacional/ UNESCO (1994/2003). Diretora e professora do estúdio Physio Pilates em Vilas (2001/2010) e educadora credenciada da PhysioPilates/Polestar, para formação de professores de Pilates no Brasil e América do Sul (2002/2010).

Serviço
Cinesiologia aplicada à dança

Oficina promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Local: SESC SENAC Iracema
Período: 13 a 17/09
Horário: 15 às 17 horas

Inscrições gratuitas. Mais informações em http://www.dragaodomar.org.br/formacao.php

A literatura fora das páginas impressas

Vivemos uma era de transmidiações. Em outras palavras, nunca foi tão fácil transpor textos, imagens e sons para outros ambientes e mídias. Basta, em tese, uma ideia na cabeça e alguns equipamentos digitais. Nesse cenário, ganha relevância a reflexão sobre as "reescrituras" possíveis de um texto literário, por exemplo. Justamente aí está o mote da oficina Reverberações: imagens do texto, a ser ministrada pela mestre em Literatura Brasileira Fátima Souza, dentro da programação de setembro do Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar e Arte e Cultura.

Entre 13 e 17 de setembro, das 15 às 18 horas, a oficina vai propor um aprofundamento em textos literários transformados em outras peças artísticas. O público-alvo está em profissionais que trabalham com processos de leitura e escrita e com as demais linguagens artísticas. O local da oficina ainda está em aberto.

A oficina pretende se constituir num espaço para troca de ideias e informações sobre textos e outras mídias, exercitando a produção textual. A oficina será dividida em cinco fragmentos: palavra, som, luz, corpo e imagem.

Fátima Souza já atuou como professora em diferentes espaços de ensino, como leitora em projetos e instituições e na gestão pública da literatura.

Serviço
Reverberações: imagens do texto

Oficina promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Local: a definir
Período: 20 a 24/09
Horário: 15 às 18 horas

Inscrições gratuitas. Mais informações em http://www.dragaodomar.org.br/formacao.php

De modernismos e transgressões

 FLÁVIO NA EXPERIÊNCIA Nº 3: NOVAS ROUPAS PARA NOVAS ARTES

Quando se fala em modernismo, o mais óbvio talvez seja pensar em Mário de Andrade. Mas coube ao multifuncional Flávio de Carvalho o importante papel de levar sua geração para além das esferas tradicionalmente reservadas à arte. A importância de Carvalho - que atuou como arquiteto, engenheiro, cenógrafo, teatrólogo, pintor, desenhista, escritor, entre outros - motiva a realização da oficina Flávio de Carvalho e a invenção da arte contemporânea brasileira, entre os dias 13 e 17 de setembro, no Alpendre.

Promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar, a oficina será ministrada pela escritora, crítica de arte e professora universitária Veronica Stigger. O objetivo do curso é estudar a constituição das intervenções de Flávio de Carvalho, dentre as quais se destacam a Experiência nº 2, na qual ele andou em sentido contrário ao de uma procissão de Corpus Christi, e a Experiência nº 3, em que Flávio de Carvalho saiu às ruas com o que chamou de New Look: uma vestimenta refrescante, feita para o homem dos trópicos.

O artista foi capaz de muito mais. Flávio de Carvalho é da estirpe de artistas que praticavam a interdisciplinaridade bem antes desse conceito se tornar um modismo nos meios acadêmicos. Sem conceber limites entre as diversas manifestações artísticas, ele se lançou em empreendimentos como viajar à Amazônia para encontrar e estudar uma tribo de índios louros de olhos azuis e produzir um filme sobre a "deusa loura". Nas andanças, as pesquisas ganhavam contorno etnográfico.

Flávio de Carvalho foi um dos artistas estudados por Veronica em suas incursões acadêmicas. Ela é pós-doutora pela Universidade La Sapienza, em Roma, e pelo Museu de Arte Contemporânea de São Paulo.

O curso ministrado por Veronica Stigger ainda investiga a noção de experiência na arte como um critério de compreensão das obras de clássicos como Hélio Oiticica, e de artistas mais jovens como Nuno Ramos e Lucia Koch.

 A MINISTRANTE DA OFICINA, VERONICA STIGGER

As inscrições, gratuitas, podem ser feitas a partir da página http://www.dragaodomar.org.br/formacao.php, na qual é possível baixar a ficha de inscrição. Ela deve ser enviada para o email nucleodeformacao@dragaodomar.org.br.

Veronica Stigger é professora da Pós-Graduação em História da Arte da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Como escritora de ficção, tem quatro livros publicados: três de conto, O trágico e outras comédias (Coimbra: Angelus Novus, 2003; Rio de Janeiro: 7Letras, 2004 e 2007 [2ª ed.]), Gran Cabaret Demenzial (São Paulo: Cosac Naify, 200 7) e Os anões (São Paulo: Cosac Naify, 2010) e um infantil, Dora e o sol (São Paulo: 34, 2010).

Serviço
Flávio de Carvalho e a invenção da arte contemporânea brasileira
Oficina promovida pelo Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura
Local: Alpendre
Período: 13 a 17/09
Horário: 18h30min às 21h30min

Inscrições gratuitas. Mais informações em http://www.dragaodomar.org.br/formacao.php

Mais oficinas em setembro

O Núcleo de Formação do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura divulga a realização de duas novas oficinas em setembro. A saber: Flávio de Carvalho e a invenção da arte contemporânea brasileira, a ser ministrada pela escritora Verônica Stigger, e Reverberações: imagens do texto, a cargo de Fátima Sousa.

Confira abaixo a sinopse das oficinas e um currículo breve dos ministrantes.

Para se inscrever, baixe a ficha de inscrição aqui e envie para nucleodeformacao@dragaodomar.org.br

Flávio de Carvalho e a invenção da arte contemporânea brasileira

De 13 a 17/09
Local: Alpendre
Horário: 18h e 30min às 21h e 30min


Por meio da noção de experiência, Flávio de Carvalho levou a atividade artística a transbordar das esferas tradicionalmente reservadas à arte, conduzindo-a além mesmo dos novos espaços conquistados pelo modernismo. Se com a Experiência n° 2 (andar no sentido contrário ao de uma procissão de Corpus Christi, com chapéu à cabeça) bordejou a psicologia social e a antropologia, com a Experiência n° 3 (desfilar pelas ruas com um traje masculino concebido para os trópicos: o New Look) anexou a seu trabalho a história e a prática da moda e com a Experiência n° 4 (viajar à Amazônia para encontrar e estudar uma tribo de índios louros de olhos azuis e produzir um filme sobre a "deusa loura") somou a suas pesquisas a prática etnográfica. O objetivo desse curso é estudar o modo como se constituíram essas experiências e, num segundo momento, verificar se não seria possível compreender algumas manifestações da arte contemporânea brasileira por meio desta noção, a partir de um exame de certos trabalhos de Helio Oiticica e dos jovens Nuno Ramos e Lucia Koch.

Público-alvo: interessados em geral.

Veronica Stigger é escritora, crítica de arte e professora universitária. Tem doutorado em Teoria e Crítica de Arte pela Universidade de São Paulo (USP), com tese sobre a relação entre arte, mito e rito na modernidade, enfatizando as obras de Mondrian, Malevitch, Schwitters e Duchamp. Possui pós-doutorado pela Università degli Studi di Roma "La Sapienza" e pelo Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), onde desenvolveu pesquisas sobre os mitos em Maria Martins e as experiências de Flávio de Carvalho. É professora da Pós-Graduação em História da Arte da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Como escritora de ficção, tem quatro livros publicados: três de conto, O trágico e outras comédias (Coimbra: Angelus Novus, 2003; Rio de Janeiro: 7Letras, 2004 e 2007 [2ª ed.]), Gran Cabaret Demenzial (São Paulo: Cosac Naify, 200 7) e Os anões (São Paulo: Cosac Naify, 2010) e um infantil, Dora e o sol (São Paulo: 34, 2010). Seus contos foram traduzidos para o catalão, o espanhol, o francês, o sueco, o inglês e o italiano.

Reverberações: imagens do texto

De 13 a 17/09
Local: a definir
Horário: 15h às 18h


A oficina trabalhará com textos literários transformados em outras peças artísticas como mote condutor das leituras, conversas, reescrituras e novos textos. Será um momento oportuno para trocar ideias e informações sobre textos e outras mídias, exercitando a produção textual.  A oficina será dividida em 5 fragmentos: palavra, som, luz, corpo e imagem.

Público-alvo: pessoas que já trabalham com a leitura e escrita seja no espaço do livro, da livraria, da escola, e com outras linguagens artísticas.

Fátima Souza é mestre em literatura brasileira pela UFC. Já atuou como professora em diferentes espaços de ensino, como leitora em projetos e instituições e na gestão pública da literatura. Gosta muito de dançar e inventar projetos combinando literatura e outras linguagens artísticas.