FOTO MARINA CAVALCANTE
"Palavra, corpo e território". Tudo isso ao mesmo tempo. Marcus Faustini colocou a alma no seminário "Arte, Invenção e Experiências Formativas. Para contar a história da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, Marcus voltou no tempo, na origem pobre da família de Areia, na Paraíba. Família que foi crescendo e migrando principalmente para Brasília e Rio de Janeiro. E foi no Rio de Janeiro que muita coisa aconteceu.
Cresceu circulando pela casa dos tios e tias em Brasília e no Rio. Ele conta que a necessidade da familia deu encorajamento para que ele circulasse pelas metrópoles. "Existe um medo simbólico, se vai ser aceito ou não".
A década de 80 foi quando cresceu. "Cresci na 'intrusão' social e não na inclusão social. Fui tentando tudo". Foi punk, funkeiro, viveu o teatro amador de periferia. Da Baixada Fluminense para Santa Cruz, viveu em um conjunto habitacional. O mesmo que recebia os moradores de favelas destruídas. "Como já estava encorajado a circular pela cidade, circulei muito e isso me trouxe uma oportunidade de repertório simbólico que até então não estava posto a mim. Trabalhando como office boy, em cemitério, vindo de familia que não tinha qualquer experiência com arte. Minha família não compreendia muito, queria carteira assinada".
Brincou sério de Teatro, militou. "Em casa ouvia que arte era de vagabundo e nos partidos a arte era coisa de pequeno burguês. Apostei na vivência em torno da arte. Comecei a perceber que um discurso podia mudar o mundo".
E com a ideia de que "mais importante do que construir representações é atuar no território", ajudou a criar uma escola de arte contemporânea que trabalhava com ideias estéticas. "Teatro não só como construção, coletamos história dos moradores para mostrar a essência das pessoas. A gente queria que a molecada operasse seu território". E na tentativa de combinar coisas que não se combinam, surgiu a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu. Daqui a pouco, você confere entrevista com Marcus Faustini.
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