quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dança: texto visual

FOTO MARINA CAVALCANTE


Elas quebraram o protocolo. Beatriz Cerbino, do Rio de Janeiro, e Lúcia Matos, da Bahia, abriram mão de palestras individuais e dividiram o palco do Teatro Dragão do Mar, durante o seminário "Arte, Invenção e Experiências Formativas". Uma ao lado da outra, falaram da dança como um texto visual, capaz de despertar a reflexão e o pensamento. De gerar identidadeS. Assim, sempre no plural.

"Procuro falar de dança com os meus alunos de uma maneira que seduza o 'leitor', já que a imagem é um texto visual. Ele pode se apropriar desse texto e que a reflexão seja mais do que 'o belo e o feio', mas uma reflexão crítica", diz Beatriz.

Se a dança é contemporânea. Se a dança não tem música ou movimento, alguns podem questionar? 'Isso é dança? Ficar parada é fazer dança?". Diante dessas perguntas, Beatriz devolve o questionamento: "E por que não é dança?'

Beatriz falou de imagem como um texto visual, aquele que produz a imagem em si e em quem o lê. "Vai depender de quem vai se apropriar e em que momento essa apropriação ocorre".

Lúcia Matos focou na formação em dança e destacou a prática como um elemento de reflexão. "A teoria precisa ser traduzida em uma prática que deve fazer a diferença", afirmou.

Lúcia defende que deve haver um compartilhamento entre professor-aluno no que diz respeito as diversas formas de ensino-aprendizagem. "Isso faz com que os alunos sintam que fazem parte desse processo, tornando a relação com o aluno menos hierarquizada. Não dá pra pensar o ensino de uma forma unilateral".

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